Anunciado pelo prefeito Bruno Reis como um presente de fim de ano para Salvador, o show de Roberto Carlos, marcado para o dia 26 de dezembro na Arena O Canto da Cidade, promete movimentar a cidade. A proposta de um espetáculo gratuito, porém, vem acompanhada de setores pagos com valores elevados, o que gera debate sobre a real acessibilidade do evento.
Entre os aspectos positivos, a apresentação reforça o calendário cultural da capital baiana e oferece à população a chance de participar de uma celebração pública com um dos maiores ícones da música brasileira. O acesso gratuito, ainda que limitado, garante que parte dos soteropolitanos possa vivenciar o clima festivo sem desembolsar nada.
Por outro lado, os ingressos nos setores privilegiados chegam a R$ 1.395, com opções como Azul e Emoções, enquanto o setor Amarelo ultrapassa R$ 1.200. Até o camarote, divulgado como alternativa mais barata, custa a partir de R$ 930 para dois lugares. Esses espaços garantem proximidade com o artista e visão privilegiada, mas deixam claro que a experiência completa será restrita a quem pode pagar.
Na prática, quem optar pelo acesso gratuito ficará em áreas mais afastadas, muitas vezes assistindo apenas por telões, sem contato direto com o cantor. A contradição entre o discurso político e a execução evidencia que, embora realizado em espaço público, o show será marcado pela exclusividade.
Assim, o evento que se apresenta como popular acaba estruturado para poucos, dividindo Salvador entre aqueles que terão a chance de ver Roberto Carlos de perto e a maioria que ficará distante do “Rei”.
